Como proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN’s), o currículo do Ensino Médio deve ser estruturado de modo a assegurar
ao aluno a possibilidade de ampliar e aprofundar os conhecimentos matemáticos
adquiridos no Ensino Fundamental de forma integrada com outras áreas do
conhecimento e orientada pela perspectiva histórico-cultural na qual estão
ligados os temas em estudo. Isto é proposto visando à preparação do aluno para
o trabalho e exercício da cidadania e também a continuação de seus estudos em níveis
superiores.
Ao ingressar no Ensino Superior, esses alunos defrontam-se com a disciplina de
Cálculo Diferencial e Integral, disciplina esta que figura como obrigatória em
muitos cursos de diversas áreas e tem um alto índice de reprovação, segundo
estudos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP). Surge, assim, a seguinte questão: “Por que não preparar
esses alunos no Ensino Médio, com a inclusão de conceitos de Cálculo
Diferencial e Integral, com estratégias que contemplem a interdisciplinaridade
e tornem mais amplo o aprendizado dos conteúdos?”
Atualmente, alguns livros didáticos do Ensino Médio apresentam tópicos
relativos ao Cálculo Diferencial e Integral, como limite, derivada e integral.
Entretanto, esses temas, na maioria das vezes, não são ensinados sob o pretexto
de serem difíceis e impróprios a esse segmento da educação, devendo ficar
restritos ao ensino superior. Assim sendo, o Cálculo faz parte do livro
didático, mas não do currículo do Ensino Médio.
Considerações Finais
Segundo dados do Ministério da Educação, os cursos de nível
superior na área das Engenharias vêm sofrendo, nos últimos anos, uma
considerável queda de procura nos concursos de vestibular. Isso se deve, principalmente,
ao desinteresse dos alunos pela Matemática. Para tentar reverter quadros
negativos como esse, é fundamental que se apresente a Matemática, não como um
fim em si mesma, mas como um veículo que conduz à compreensão de outras áreas
de conhecimento.
Pôde-se observar, pelas discussões e exemplos aqui apresentado, que a
inclusão de conceitos básicos do Cálculo Diferencial e Integral no Ensino
Médio, poderia proporcionar aos alunos uma melhor preparação e motivação para o
ingresso no ensino superior, uma vez que ilustraria a interdisciplinaridade.
Além disso, poderia tornar mais ampla e natural a aprendizagem de conteúdos do
próprio Ensino Médio, visto que alguns conceitos poderiam ser apresentados de
forma mais generalizada e contextualizada.
Entretanto, para que essa inclusão ocorra, é necessário que os cursos de
Licenciatura em Matemática formem professores capazes de lidar com essa
realidade. Sendo assim, o Cálculo Diferencial e Integral deve ser apresentado
aos licenciandos como uma disciplina básica, porém ampla e integradora,
propiciando aos futuros professores uma visão mais geral e segura dos conteúdos
do Ensino Médio.